A entrada da classe C na faixa de consumo no Brasil abre as portas de um grande mercado para dentistas.
Pensar em odontologia como uma profissão de elite com ela era tempos atrás pode ser um grande nicho, mas temos também que considerar o grande potencial que a nova classe C pode agregar a odontologia .
Já escrevi aqui sobre odontologia de nicho. Existem dentistas se especializando em classe AAA, em GLBTS, e com certeza um grande enorme nicho para se pensar e atuar com carinho e a classe C do Brasil.
O poder de consumo das famílias da classe C, com renda entre R$ 1,1 mil e R$ 4,6 mil, é um fenômeno novo. Não faz nem 10 anos, era irrelevante. Hoje, os novos consumidores representam pouco mais da metade da população brasileira. São quase 92 milhões de compradores.. É um pouco mais de um quarto da capacidade total de compra de todas as famílias que moram nas cidades, que atingiu no ano passado R$ 1,4 trilhão, segundo projeção feita a partir das contas nacionais e da estrutura de gastos dos brasileiros medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Nos últimos 15 anos, o salário subiu acima da inflação e os alimentos, abaixo dela, permitindo que parte da renda dos mais pobres, antes gasta apenas com comida, pudesse se investida na compra de bens até então inacessíveis. A estabilidade também permitiu a queda nas taxas de juros e a expansão do crédito ao consumidor, oferecido aos mais pobres principalmente pelas grandes redes de lojas. Dentistas começaram a oferecer mais opção de crédito a seus pacientes e até empresas surgiram com o intuito especifico de oferecer tratamentos com financiamentos em até 36x.
A capacidade de consumo da classe C, que no ano passado teve renda média mensal familiar de R$ 1.115 e R$ 4.806, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgado recentemente, desponta em relação às demais quando se consideram as subdivisões das camadas A e B. A projeção mostra que as classes B1 e B2 têm potencial de consumo de R$ 315,6 bilhões e R$ 286,9 bilhões, respectivamente. No caso da classe A1, a cifra atinge R$ 80,2 bilhões e da classe A2, R$ 260,8 bilhões.
Uma pesquisa, feita pelo Instituto Ipsos a partir de 1.500 entrevistas, revela que a classe C reúne hoje 86,2 milhões de pessoas e é a maioria da população, com 46%
Segundo especialistas a comunicação para esse tipo de público é bem diferente da direcionada para os clientes A/B. Enquanto a classe C compra quando acredita que precisa daquele produto, o consumidor de alta renda adquire marcas específicas com o objetivo declarado de se diferenciar.
Diversos setores vem se preparando para atender a crescente demanda gerada pela classe C, Em 2009 a Bradesco Seguros anunciou a meta de oferecer, a partir de 2010, planos de previdência desenhados especificamente para essa classe.
O desejo por bens de consumo como TV, computadores e celulares vem sempre em primeiro lugar. Mas a entrado no mercado desta enorme faixa da população estimula um maior cuidado com a saúde, sendo a saúde bucal (principalmente a estética) uma das que se beneficia pelo aumento da demanda. Uma das especialidades que mais tem crescido nos últimos anos é a ortodontia, devido tanto a diminuição do custo do aparelho dentário como pela enorme demanda gerada pela população mais pobre em busca de um sorrisso mais bonito.
A odontologia já tem se beneficiado, a afluxo de pacientes tem crescido e cabe a você abrir os olhos para o enorme potencial que essa faixa da população pode proporcionar a sua clínica ou consultório de odontologia.
Fontes: Revista Exame e o Estado de SP
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